Coisas de tontos

Existem várias coisas tontas e menos tontas sobre as quais podemos falar. Aqui vamos falar de muitas. Todos os temas e assuntos são dignos de serem apresentados. Queremos ser um Blog generalista com um pouco de tudo, desde piadas a assuntos financeiros.

sábado, 22 de setembro de 2012

Vinhos portugueses em alta com 153 medalhas em Berlim

Os vinhos portugueses conquistaram 153 medalhas no Concurso Internacional "Mundus Vini 2012", a maior 'prova cega' do mundo, na Alemanha, informou hoje o AICEP Berlim, em comunicado.


Os vinhos portugueses conquistaram 153 medalhas no Concurso Internacional "Mundus Vini 2012", na Alemanha, batendo assim o seu recorde anterior neste certame (139 medalhas em 2011), informou hoje o AICEP Berlim, em comunicado.
O "Mundus Vini 2012" foi organizado pela 12.ª vez pela editora alemã especializada em vinhos e bebidas alcoólicas Meininger Verlag GmbH. No conurso deste ano participaram 6.019 vinhos de 44 países (em 2011 foram 6.029 vinhos de 42 países).
O júri formado por 300 especialistas de 46 países, provou todos os vinhos, conforme o regulamento da "Organisation Internationale de la Vigne et du Vin (OIV)" o que tornou o evento a maior "prova cega" de vinhos do mundo.
No total, foram premiados 1.875 vinhos, e os vinhos portugueses, com 153 medalhas (123 em 2010, 139 em 2011), ocuparam o quinto lugar na avaliação dos países participantes.
O grupo português Enoport United Wines, com cinco medalhas de ouro e 10 de prata, foi considerado o melhor produtor europeu do "Mundus Vini 2012".
Entretanto, a editora Meininger Verlag GmbH, em cooperação com a ViniPortugal, publicou esta semana na sua revista mensal Weinwirtschaft, um destaque intitulado "Tudo menos Monótono", sobre o potencial dos vinhos portugueses no mercado alemão.
A Alemanha importou, no ano passado, vinhos portugueses no valor total de 34 milhões de euros, segundo a AICEP Berlim.


Ler mais: http://expresso.sapo.pt/vinhos-portugueses-conquistam-153-medalhas-em-berlim=f754599#ixzz271GMs28i

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

O Insustentavel modelo da economia Alemã

O segundo recente milagre económico alemão reúne um largo consenso entre economistas e atrai a curiosidade dos políticos em vários continentes. Até o presidente Obama teria manifestado interesse em o estudar. A Alemanha acumulou excedentes externos de mais de 1 bilião de euros na última década. O instituto de análise económica alemão IFO prevê que este ano a Alemanha ultrapasse a China no volume de excedente externo (175 mil milhões de euros) e se coloque como o país líder mundial neste indicador. Mas, paradoxalmente, "o modelo é simplesmente insustentável", diz-nos o historiador britânico Adam Tooze, professor na Universidade de Yale, nos EUA, e considerado um dos principais especialistas em história económica alemã do século XX.
O estatuto de país "excedentário" tem sido visto como um instrumento de poder geopolítico e não é encarado, de modo algum, como uma expressão de importantes desequilíbrios que desestabilizam atualmente a zona euro e a União Europeia e que são uma ameaça para a economia alemã no longo prazo. Essa é a tese de Tooze, autor de "The Wages of Destruction: The Making and Breaking of the Nazi Economy" e encarregado pelo ministério das Finanças alemão de escrever a história da dívida pública alemã durante o Terceiro Reich. "Falamos, recorrendo à moral, das virtudes da exportação e dos vícios dos défices. Mas, num sistema fortemente interligado, como é a zona euro, os dois lados - excedente e défice - estão diretamente conectados", recorda o professor de Yale.

Investimento interno está em mínimos


Com uma agravante: o modelo atual alemão não é uma repetição do milagre alemão do pós-2ª Guerra Mundial nem uma "cópia" dos percursos dos "tigres" do Pacífico. "De facto, o que temos visto desde o ano 2000 não é o regresso triunfante a um modelo historicamente provado. O que estamos a assistir é à sua desintegração e corrupção. Nos anos 1950, o investimento doméstico na economia alemã disparou. A Alemanha não se reconstruiu apenas - transformou a sua infraestrutura", prossegue o historiador para surpresa de muita gente.
Recentemente, a degradação do atual modelo económico alemão foi dupla, aponta Tooze: "Hoje em dia há um nível de exportação elevado. Mas os trabalhadores alemães não ganharam nada de substancial em termos de rendimento numa década. Os lucros estão em níveis recorde, mas, como as empresas alemãs se globalizaram, o investimento saiu da economia alemã. Globalizou-se. O investimento em capital na economia alemã está em níveis mínimos recorde. Desde 2000, o investimento líquido na economia alemã em termos de percentagem do PIB está no nível mais baixo de sempre, historicamente registado, excluindo, naturalmente, o período da Grande Depressão".
Esses são os calcanhares de Aquiles do modelo alemão, diz o historiador económico. Fraquezas estratégicas que são agravadas pela famosa "regra de ouro" da austeridade plasmada constitucionalmente. Esta regra retira flexibilidade na resposta das políticas económicas às circunstâncias. Mais grave, ainda, quando se pretende torna-la uma norma europeia: "Sem dúvida que em federações há boas razões para se adotarem regras orçamentais fortes. Permitem prevenir contra o despesismo e restringir a atuação de atores indesejáveis. Mas estas regras têm de ser desenhadas com inteligência. Devem dar flexibilidade estratégica e não excluir liminarmente a possibilidade de uma política económica democrática inteligente". Além do mais, sublinha o professor de Yale, "há que fazer uma distinção clara entre despesa corrente e investimento". "A despesa corrente deve ser controlada firmemente. Ajustada em função do ciclo económico, ela deve ser coberta pelas receitas correntes. Mas, em contraste, o investimento de longo prazo deve ser financiado por dívida de longo prazo, e sobretudo, como é o caso alemão agora, quando os juros estão muito baixos" [menos de 1% no prazo a cinco anos e pouco mais de 1,5% no prazo a dez anos, tomando em conta a referência do mercado secundário da dívida].

As lições da República de Weimar

A atual doutrina alemã, misturando mercantilismo com austeridade, tem, ainda, uma outra implicação, no plano geopolítico. "Os países excedentários não ganham nada a longo prazo com a sua posição de recusa de cooperação [com os deficitários]. O sistema que permitiu a certos países acumularem excedentes está a caminho do ponto de colapso", refere-nos Adam Tooze.
Uma atuação desse tipo foi trágica na última fase da chamada República de Weimar alemã nos anos da Grande Depressão, recorda o historiador. "Sem cooperação, sobretudo por parte dos países excedentários, um sistema rígido - como era, então o do padrão ouro na Alemanha e é hoje o da Zona Euro - implica uma pressão deflacionária enorme aos membros mais fracos, e isso ainda mais quando os mercados financeiros estão assustados. A principal lição que se tira desse período é que ou se avança na cooperação, ou, então, o melhor é quebrar o sistema de câmbios fixos".
Na altura, a Alemanha era um país deficitário, onde inclusive, na parte final da República de Weimar, o chanceler Heinrich Bruening optou, entre 1930 e 1932, por uma política de austeridade extrema, sendo então injuriado pela população como o "chanceler da fome". A catástrofe económica alemã a que se chegou em 1933 e a intransigência da França sobre as reparações relativas à 1ª Guerra Mundial, catapultaram o partido Nazi para o poder e mergulharam, depois, a Europa em nova guerra. Este é o período da história alemã do século XX em que se devem procurar lições para hoje, chama a atenção Adam Tooze. E não no muito referido período de hiperinflação do início da República de Weimar, entre 1921 e 1924, anterior à Grande Depressão.
As lições da República de Weimar

A atual doutrina alemã, misturando mercantilismo com austeridade, tem, ainda, uma outra implicação, no plano geopolítico. "Os países excedentários não ganham nada a longo prazo com a sua posição de recusa de cooperação [com os deficitários]. O sistema que permitiu a certos países acumularem excedentes está a caminho do ponto de colapso", refere-nos Adam Tooze.
Uma atuação desse tipo foi trágica na última fase da chamada República de Weimar alemã nos anos da Grande Depressão, recorda o historiador. "Sem cooperação, sobretudo por parte dos países excedentários, um sistema rígido - como era, então o do padrão ouro na Alemanha e é hoje o da Zona Euro - implica uma pressão deflacionária enorme aos membros mais fracos, e isso ainda mais quando os mercados financeiros estão assustados. A principal lição que se tira desse período é que ou se avança na cooperação, ou, então, o melhor é quebrar o sistema de câmbios fixos".
Na altura, a Alemanha era um país deficitário, onde inclusive, na parte final da República de Weimar, o chanceler Heinrich Bruening optou, entre 1930 e 1932, por uma política de austeridade extrema, sendo então injuriado pela população como o "chanceler da fome". A catástrofe económica alemã a que se chegou em 1933 e a intransigência da França sobre as reparações relativas à 1ª Guerra Mundial, catapultaram o partido Nazi para o poder e mergulharam, depois, a Europa em nova guerra. Este é o período da história alemã do século XX em que se devem procurar lições para hoje, chama a atenção Adam Tooze. E não no muito referido período de hiperinflação do início da República de Weimar, entre 1921 e 1924, anterior à Grande Depressão.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Li agora mesmo este comentário numa noticia publicado sobre o mundo do Futebol e sobre o proximo encontro entre a Alemanha e Grécia.

Privatizações em Portugal. A parodia continua.

No nosso pais "irmão" a Espanha, recusou vender 20% do capital da REE, que gere a sua rede eléctrica, aos chineses da State Grid (que controlam a REN em Portugal). O governo espanhol, preocupado com a manutenção de sectores estratégicos nas mãos do Estado, recusou a oferta. Que chegava aos 1150 milhões de euros...
A decisão faz as delícias dos que defendem que há sectores que não podem cair nas mãos de estrangeiros (questão levantada aquando da privatização da REN). Mas o ponto não é esse: é a diferença de tratamento entre Portugal e Espanha. Vejamos: Espanha teve de pedir 100 mil milhões de euros para tapar os buracos dos seus bancos; e está a negociar com Bruxelas um resgate total da sua economia. Mas se o país precisa de dinheiro, porque não vende os seus "anéis"? Portugal, confrontado com o mesmo problema, foi obrigado a vender os seus, vendendo empresas como a REN, EDP, TAP... Com que argumentos se impõe a privatização de empresas em Portugal e se autoriza que continuem nas mãos do Estado em Espanha?

Acresce que existem outras razões, para além da falta de dinheiro, que recomenda a venda de empresas públicas: a redução do peso do Estado (para tornar a economia mais competitiva. Ora se este argumento foi utilizado com Portugal, devia ser também utilizado com Espanha. A menos que... bem, a menos que Bruxelas esteja a tratar de forma mais "simpática" países com mais peso que Portugal. Suspeita que ganha peso devido ao tratamento que Espanha e Itália têm merecido nas últimas semanas, a propósito dos seus custos de financiamento.

É a confirmação da teoria de que todos os países são iguais... mas há uns mais iguais que outros. Uma vergonha.